Criada originalmente em 2003, a Cia. Teatral Um Peixe é composta por atores amadores, de faixa etária que oscila entre 17 e 28 anos, com experiência teatral variada. No fim de 2005, inspirado pelas pesquisas na área de Circo-Teatro, o grupo foi novamente reunido, buscando desvendar os mistérios desse gênero teatral genuinamente brasileiro e realizar um trabalho intenso de resgate cultural. Para tanto, a pesquisa assumiu um caráter de oposição ao que é considerado o “método corrente de se fazer teatro”, muitas vezes excludente e favorecedor a uma classe de melhor estabilidade financeira ou com maior acesso cultural e educacional.
O coordenador da Cia. Teatral Um Peixe é o dramaturgo, diretor e teatrólogo André Domicciano. Formado pela Escola de TV e Artes Performáticas Chateaubriand e graduado em Letras pela Universidade de São Paulo, atua no setor artístico desde 1995, como diretor desde 2003 e no setor educacional desde 2001, tendo ministrado aulas de teatro em diversas instituições; e aulas, oficinas e palestras sobre Jogos de Representação em escolas, faculdades e centros de aperfeiçoamento de professores na cidade de São Paulo e no interior do estado. É autor dos espetáculos A Mansão Veit (2003, reescrito em 2006), Era Uma Vez Num Reino Distante Não Tão Distante (2004), Bagúio, Véio (2004), Copabacana (2007), Lá em Cima do Piano (2007), Vamos à Guerra, Filhos da Terra (2007) e O Monstro de Jackson (2010).
A Cia Teatral Um Peixe tem como objeto de estudo um gênero genuinamente brasileiro cujo auge se deu no início do século XX e que teve seu declínio com o advento da televisão: o Circo-Teatro. A Companhia acredita que seja importante apresentar tal gênero à sociedade contemporânea, buscando nessa recuperação uma formação de público e uma desmistificação do gênero tido, muitas vezes, pela classe artística, como sendo um gênero menor. Além disso, o grupo procura dar acesso aos jovens (e demais interessados) que não possuem condições de praticar a atividade teatral, seja por questões financeiras, seja por questão de falta de oferta, mostrando que toda e qualquer atividade artística ou cultural é direito do cidadão.
Em seus cinco anos de vida, a Cia. Teatral Um Peixe realizou a montagem de três espetáculos, tendo recebido 8 prêmios e outras 10 indicações, e passado por diversos espaços culturais, dentre Casas de Cultura, Centros Culturais, CEUs, parques municipais, escolas e Teatros. Atualmente, realiza o projeto "Redescobrindo o Circo-Teatro", aprovado duas vezes no Programa de Valorização de Iniciativas Culturais da Secretaria Municipal de Cultura, cujas principais ações são a pesquisa em torno das linguagens circenses, a construção de um novo espetáculo, a realização de um ciclo de oficinas gratuitas sobre Circo-Teatro e a organização da PIRACEMA - II Encontro de Teatro Amador.
ATIVIDADES NA "PIRACEMA - II ENCONTRO DE TEATRO AMADOR"
Intervenção "Eles são Seis Cômicos"
(Dia 6 de Agosto - 18:30h)
Seis Cômicos resolvem as mais inusitadas situações através de jogos e brincadeiras características da encenação circense, indo da pantomima à gague, da improvisação à imitação. Espetáculo indicado aos prêmios de melhor maquiagem, figurino, cenário e atores, e vencedor do prêmio de melhor sonoplastia no VIII Festival de Peças Curtas de Sumaré.
Mesa-redonda "Teatro Amador e seus Espaços"
(Dia 13 de Agosto - 14:30h)
Afinal, qual o lugar que o teatro amador ocupa no cenário cultural paulistano? Esse diálogo busca entender qual o papel do artista amador, as suas responsabilidades e o seu espaço, tanto físico quanto ideológico, num panorama que é, historicamente, dominado por uma classe que privilegia apenas o "profissionalismo" e a "comercialização" da arte.
Intervenção "Redescobrindo o Circo-Teatro"
(Dia 13 de Agosto - 18h)
Estudo realizado nas oficinas "Redescobrindo o Circo-Teatro" 2011 acerca das cenas circenses. O experimento propiciará um primeiro contato dos Peixes-Aprendizes junto ao público, apresentando o conteúdo prático desenvolvido no primeiro semestre das oficinas. Para tanto, serão apresentadas cenas extraídas de textos que ilustram três momentos da história circense: "Quem casa quer Casa" e "O Inglês Maquinista", de Martins Pena (momento pré-circo-teatro: farsa); "A Mulher do Trem" (circo-teatro); e "Burundanga", de Luís Alberto de Abreu (pós-circo-teatro: comédia popular brasileira).