Ano novo, vida nova!
Para os Peixes, o melhor seria dizer "ano novo, conquistas novas". 2011 vai ficando para trás e a saudade começa a bater. Antes de mais nada, gostaríamos de desejar (com aquele atraso de sempre...) um FELIZ 2012 a todos os amigos, familiares e companheiros de jornada.
Assim como 2010, o ano de 2011 foi repleto de conquistas. Um ano onde amadurecemos tudo aquilo que idealizamos dois anos atrás. Um ano onde viajamos para diversas cidades do interior do estado, fazendo novos amigos e trazendo muita bagagem nas malas. Agora, com um ano novinho pela frente, é hora de olharmos para trás, pesarmos todas as nossas experiências e extrairmos aquilo que tivemos de melhor. Só assim poderemos levar cada vez mais qualidade para nossas ações.
Essa é a hora da Retrospeixitiva 2011!
Como a maioria das pessoas sabe, nossas ações são divididas em quatro frentes: Pesquisa & Desenvolvimento, Circulação de Espetáculos, Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro” e PIRACEMA – Encontro de Teatro Amador. Tentaremos, então, analisar cada uma delas de acordo com o que foi feito no ano que passou.
1 – PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
Pesquisa de poses plásticas na Praça Victor Civita |
A bola da vez é o espetáculo “O Monstro de Jackson”, do dramaturgo residente André Domicciano. Trata-se de uma comédia circense que se valerá de uma estética expressionista, além de outros recursos, como manipulação de objetos e ilusionismo. A idéia é fugir do tradicionalismo circense, mostrando que o Circo-Teatro também pode andar de mãos dadas com o que existe de mais contemporâneo no teatro sem, é claro, perder sua essência e suas características formais básicas (fiquem tranqüilos: o telão pintado, a luz das ribaltas, a música ao vivo e as personagens arquetípicas ainda estarão lá). Durante o ano de 2011, os Peixes pretendiam dedicar-se integralmente à montagem. Infelizmente, devido aos muitos festivais dos quais participamos, isso não foi possível. Mesmo assim, muito foi feito pelo espetáculo: praticamente encerramos a montagem do 1º ato e demos passos importantes no trabalho de plasticidade corporal, manipulação e técnica circense. Agora, em 2012, é correr contra o tempo para que, se tudo der certo, consigamos estrear em Julho. Tomara!
2 – CIRCULAÇÃO DE ESPETÁCULOS
Nós não queríamos, mas aconteceu! Em janeiro, durante a reunião de coordenação dos Peixes, ficou combinado que nós não iríamos fazer grandes temporadas. Que faríamos uma ou outra apresentação. Pra quê? Em 2011, somamos nada mais nada menos que onze apresentações (sendo 8 de “Eles são Seis Cômicos” e 3 de “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!”). A título de curiosidade: fazemos oito apresentações por ano quando assumimos temporadas.
Mas não nos arrependemos! Muito pelo contrário! Foram experiências muito enriquecedoras! Vamos a elas:
A – Abertura da Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”
O primeiro dia da segunda edição de nossa oficina teve como abertura a apresentação dos formandos 2010. Ainda em seu formato original, “Eles são Seis Cômicos” mostrou aos Peixes-aprendizes qual seria o objetivo da oficina. E também mostrou aos formandos 2010 que o espetáculo não morreria no final do curso. Pelo contrário! Que aquilo seria só o começo. E realmente foi!
B – VIII Festival de Peças Curtas de Sumaré
Peixes indo para a premiação de Sumaré |
O festival de Sumaré foi um divisor de águas para os “Seis Cômicos”. Foi o momento em que decidimos realmente investir no espetáculo, reestruturando as cenas, fazendo modificações em cenário, maquiagem e figurino. Também foi um marco na história dos Peixes: a primeira vez em que saímos de São Paulo para participar de um festival de longa duração (foram três dias em que ficamos alojados na cidade, compartilhando momentos muito prazerosos com outros grupos e fazendo muitos amigos). O resultado não poderia ter sido melhor: duas indicações ao prêmio de melhor ator (Danilo Gomes e Rafael Garcia), indicações aos prêmios de melhor cenografia, figurino e maquiagem, e o prêmio de melhor sonoplastia. Se pensarmos que foram quase 30 espetáculos em todo o festival, 5 indicações e um prêmio não é um resultado tão insignificante...
C – Volta ao Teatro Ruth Escobar
Em Julho, um momento que esperávamos há quatro anos: a volta dos Peixes ao Teatro Ruth Escobar. Para quem não sabe, a estréia dos Peixes – com o espetáculo “A Mansão Veit” – se deu justamente no Ruth Escobar. Agora, quatro anos depois, voltamos ao mesmo palco (a sala Gil Vicente) com um trabalho muito mais amadurecido. Em geral, foram três dias em que lotamos o teatro com o espetáculo “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!”. Matamos a saudade do teatro (que, apesar dos quatro anos, ainda tem aquele ar de “nossa casa”) e ficamos na torcida para que, em Julho de 2012, voltemos lá com mais um espetáculo.
A segunda edição da PIRACEMA (da qual falaremos mais detalhadamente) foi um sucesso. Ao todo, foram quatro dias pelos quais passaram 14 grupos/artistas, somando 29 atrações. Até onde sabemos, é o maior evento voltado ao teatro amador na cidade de São Paulo. E foi o palco para mais uma intervenção dos “Seis Cômicos”. Ali, já se anunciavam novas mudanças. Muita coisa estava por vir...
E – II Festival de Teatro de Cerquilho
Está aí outro teatro que, entra ano, sai ano, continua sendo uma casa para os Peixes. O teatro municipal de Cerquilho, cuja inauguração se deu no fim de 2009, há dois anos nos recebe de braços abertos, com imenso respeito pelo nosso trabalho e carinho por nossos artistas. Já é praticamente uma tradição para os Peixes abrir o festival de Cerquilho, sem falar na sensação de que estamos contribuindo para com a formação de público na cidade. É tão bom fazer algo assim! Em 2011, Cerquilho foi o palco de estréia da nova versão dos “Seis Cômicos”. Totalmente modificado, o espetáculo assumia um aspecto mais infantil. Agora, a peça conta a história de seis cômicos (representados, arquetipicamente, por cores) envolvidos em seus jogos de imaginário. Tudo isso costurado pelas entradas das “caixas de brinquedo” que cada um possui. Foi um excelente teste para um dos grandes desafios que os Peixes enfrentariam em 2011: a primeira participação na categoria infantil de um festival de grande porte!
F – XI Festival de Cenas Curtas de Paranapiacaba
Ir a Paranapiacaba a turismo é fácil. Agora, ir a Paranapiacaba para mostrar um pouco de sua arte é fabuloso. Apesar da chuva, da neblina e das péssimas condições da estrada de terra, levamos as caixas dos “Seis Cômicos” até as dependências do Clube Lyra Serrano para interagir durante um dia inteiro com outros grupos de várias partes do estado. Foi uma ótima oportunidade para rever velhos amigos, além, é claro, de levar um pouco do colorido que já é característico dos Peixes. Só achamos que o festival poderia proporcionar mais momentos de interação entre os grupos. Quem sabe no futuro...
G – III Festival de Teatro Cidade de São Paulo
Sem sombras de dúvida, um dos nossos festivais prediletos (primeiro, porque não precisamos sair de nossa cidade; segundo, porque sempre competimos com amigos muito queridos; terceiro, porque é possível verificar uma evolução na qualidade dos trabalhos dos grupos que sempre participam). Por ser altamente competitivo, o festival nos inspira a levar apenas o melhor de nosso trabalho. Sempre que somos aprovados para o evento, nos sentimos na obrigação de fazer bonito, de dar o sangue. É uma verdadeira inspiração! Quase uma escola. Em 2010, entramos no festival receosos, com a cabeça baixa, com medo de sermos considerados um “grupo menor”, repleto de “artistas amadores”. O resultado: quatro indicações (melhor texto original, melhor atriz coadjuvante, melhor ator e melhor atriz). Agora, um pouco mais seguros e extremamente encorajados pela organização do festival, chegamos não nos considerando menores, mas iguais aos nossos colegas artistas. Dispostos a mostrar o nosso trabalho e a conhecer um pouco o dos outros. Em geral, chegamos com a intenção de trocar experiências e fazer mais amigos, como é de costume. Confesso que, durante o festival, a preocupação foi aumentando: eram muitos espetáculos de qualidade e, cada vez mais, o nosso parecia brincadeira de criança. Aí, me lembrava que o nosso trabalho REALMENTE era uma brincadeira de criança! É disso que os “Seis Cômicos” tratam! E não poderia ter sido melhor: tivemos uma apresentação muito divertida, com as crianças participando em todos os momentos! Muitas reclamaram aos pais quando a peça acabou: não queriam ir embora. Queriam continuar ali, rindo conosco. Esse foi nosso maior prêmio! Mesmo assim, ainda teríamos agradáveis surpresas na noite de premiação: duas indicações técnicas (melhor cenário e figurino), uma indicação para melhor ator (Rafael Garcia) e, as maiores surpresas de todas, o prêmio de melhor produção (Carmem Garcia) e as indicações aos prêmios de melhor direção (André Domicciano) e espetáculo! Realmente, o festival de São Paulo tem sido uma escola para os Peixes. Exige o nosso melhor! E é bom ver que todo o nosso esforço, trabalho e estudo têm sido recompensados!
H – Pipoca Cultural no SESI Vila Leopoldina
Em Outubro tem o dia das crianças. E foi por causa delas que recebemos o inusitado convite do SESI Vila Leopoldina para participar do Pipoca Cultural – um evento repleto de shows, espetáculos teatrais, oficinas e brincadeiras para as crianças. Só por ser um evento para as crianças, nós já toparíamos. Mas, admitamos, quem não quer ser CONVIDADO para apresentar no SESI? Mesmo com a chuva (que acabou cancelando boa parte da programação externa do evento), fomos até lá fazer a alegria da criançada! E que público! Nunca fomos tão bem recebidos. Esperamos que a experiência se repita no futuro!
I – I FESTEX
Encerrando a circulação dos espetáculos em 2011, fomos até o recém-inaugurado Teatro Real, em São Caetano, participar do primeiro Festival de Cenas Extraordinárias. Com um aspecto de sarau, o festival assemelha-se aos muitos festivais de peças curtas dos quais participamos este ano (na verdade, assemelhou-se bastante ao festival de Paranapiacaba). Apesar de sairmos de lá tarde da noite, foi bom poder contribuir com o nosso trabalho para com a inauguração do espaço. E ficam os nossos votos para que essa não seja uma experiência única! Que novas edições do festival ocorram!
3 – OFICINA “REDESCOBRINDO O CIRCO-TEATRO”
O que temos para falar da edição 2011 de nossas oficinas?
Foi simplesmente fantástico! Uma experiência única que, se tudo der certo, conseguiremos repetir em 2012.
Tudo nessa oficina atendeu às nossas expectativas: tivemos um grupo excelente de artistas-aprendizes, conseguimos trabalhar o conteúdo exatamente como gostaríamos, a divisão de disciplinas funcionou perfeitamente e as apresentações no meio e no fim do ano surpreenderam a tudo e a todos!
No geral, saímos dessa experiência extremamente satisfeitos! Em 2010, a oficina, apesar de bem-sucedida e ter gerado bons frutos, teve uma série de falhas (principalmente as relacionadas ao espaço físico em que eram realizadas) que prejudicou o andamento das coisas. Mas, como sempre fazemos, analisamos cada uma das falhas para que elas não se repetissem em 2011. E não é que deu certo? Claro que sempre existem alguns pontos falhos que precisarão ser revistos mas, no geral, deu tudo muito certo!
Agora, é trabalhar para que os bons frutos de 2011 sejam como os de 2010! Como dissemos aos queridos Alevinos (os Peixes-aprendizes) no dia da formatura: isso não é o fim, mas o começo!
4 – PIRACEMA: ENCONTRO DE TEATRO AMADOR
Outra experiência que, em 2011, superou as expectativas!
Sabíamos que a segunda edição da PIRACEMA iria ser bem maior que a primeira, mas não tínhamos dimensão do quanto. Agora, fica a preocupação: se a segunda foi tão grande, como será a terceira???
Questões como espaço e logística serão centrais na organização da terceira edição do único encontro de teatro amador de São Paulo. A proposta continua sendo a mesma: um espaço para a troca de experiências. Então, valorizaremos os momentos em que a interação entre os grupos seja fundamental.
Muitas dúvidas irão surgir: quem serão os novos grupos participantes? Será que o espaço que utilizamos nas duas primeiras edições comportará um evento maior? Que atividades serão mantidas? Etc, etc, etc.
De qualquer forma, não tem como não sair satisfeito com a PIRACEMA 2011. Foi realmente um espaço de troca. Um ambiente favorável ao amadurecimento dos trabalhos, ao aprendizado e em favor do espaço ideológico do artista amador. Enquanto tivermos força, lutaremos para que esse evento seja mantido. E que cresça mais e mais!
Assim termina 2011. Um ano de aprendizado. De conquistas. De amizades. E cada vez mais percebemos que fazer teatro não é só subir no palco, com uma roupa “bonitinha” e com o texto “decoradinho”. Fazer teatro é estar engajado politicamente (o que não significa que precisamos defender um partido), é ter noção de nossa importância enquanto agentes culturais e históricos. Teatro é amor, mas também é estudo. É alegria, mas também é suor. É diversão, mas também é trabalho. Não é só amando o teatro que conseguiremos o nosso melhor. Só amadureceremos nosso trabalho com estudo e dedicação. Então, olhemos para as nossas conquistas não com a sensação de orgulho, mas com o peso da responsabilidade. Se hoje conseguimos algo, não é porque somos “bons”. É porque lutamos para que desse certo. E amanhã isso será exigido de nós. Amanhã teremos de ser muito melhores do que fomos hoje.
A conquista não é um orgulho. A conquista é uma responsabilidade.
E que venha 2012! Com as dez na mão!
Buaaaaaaaaaaaaa!! Ficou lindooo!!! ADOROOOO ESSA FAMILIAAA!!
ResponderExcluirQUE VENHA 2012! COM TUDO E COM TODOSSS!!!
Carmem
E pensar que um tempo atrás nós ficávamos felizes por apresentar uma peça em um auditório de escola. Quem nos conheceu naquele tempo não deve mais reconhecer...
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