terça-feira, 31 de agosto de 2010

O Monstro de Jackson

E, para os curiosos de plantão, segue um aperitivo: uma cena extraída de meu mais novo texto "O Monstro de Jackson".

É pra deixar neguinho se coçando de ansiedade! Hehehe.



MAMULENGO E CECÍLIA

MAMULENGO: Rápido, infeliz! Temos apenas uma hora!

CECÍLIA: Uma hora...

MAMULENGO: Exatamente à meia-noite, o ritual deverá ser completado! E aí, o mundo tremerá aos meus pés! (Ri muito)

CECÍLIA: Há-há-há...

MAMULENGO: (à parte) É imbecil até em transe... (para ela) Agora ouça, pirralha...

CECÍLIA: Pirralha...

MAMULENGO: Estão todos os objetos posicionados?

CECÍLIA: Posicionados...?

MAMULENGO: Estão ou não estão?

CECÍLIA: Não estão...?

MAMULENGO: Responda!

CECÍLIA: Responda!

MAMULENGO: (à parte) Mas que diabo! Com tanta gente no mundo, fui encalhar justamente no poço das antas!

CECÍLIA: Antas!

MAMULENGO: Cale a boca! O plano é o seguinte: à meia-noite eu devo estar usando o Amuleto de Belchior.

CECÍLIA: Eu sou apenas um rapaz latino americano...

MAMULENGO: Você deve se posicionar sobre o túmulo do pai de Wando.

CECÍLIA: Você é luz. É raio, estrela e luar...

MAMULENGO: Quando o relógio soar as doze badaladas...

CECÍLIA: Na madrugada, abandonada...

MAMULENGO: (à parte) Além de imbecil, gosta de música ruim! (para ela) Vai, vai, vai! Fecha a matraca! Na última badalada você deve pegar esta adaga (mostra a adaga) e tirar a própria vida! (ri muito)

CECÍLIA: Há-há-há...

MAMULENGO: Não é pra rir, idiota! Você vai morrer! Vamos. Fique triste! (Cecília faz cara de tristeza) Melhor assim! Agora, os últimos detalhes...

CECÍLIA: Tão pequenos de nós dois...

MAMULENGO: (à parte) ...que o pariu! Já vi que tô fodido nessa porra. (Para ela) Preste atenção!

CECÍLIA: Hum...

MAMULENGO: Assim que você se sacrificar, eu terei que beber meu próprio sangue. Tome... (entrega-lhe um balde. Cecília ameaça beber seu conteúdo) Não é pra você tomar, sua idiota! É pra cuidar do balde! Aí dentro tem exatamente dois litros e meio de sangue. Nem uma gota pode ser desperdiçada, ouviu!? (Cecília começa a brincar com o balde) Pare de balançar esse balde!!! (ela pára) Agora vá procurar meu amuleto!

CECÍLIA: Amuletooooo... (vai saindo sem o balde)

MAMULENGO: Mas leve o balde!!!

CECÍLIA: (volta) Baldeeee... (pega)

MAMULENGO: Xispa!

CECÍLIA: Xispaaaa... (sai)

MAMULENGO: (à parte) É imbecil até em transe! (some)

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