domingo, 15 de janeiro de 2012

Oficina "Redescobrindo o Circo-Teatro" 2012

REGULAMENTO


I – APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS


Art. 1º - A Cia. Teatral Um Peixe, com o apoio do Centro Cultural Jacob Salvador Zveibil, realizará a 3ª edição do ciclo de Oficinas “Redescobrindo o Circo-Teatro” de 03 de Março a 08 de Dezembro de 2012, sempre aos sábados, das 8h às 12h. As oficinas são gratuitas e têm como objetivo: a) a comunicação do gênero Circo-Teatro, sua história e suas características; b) a formação de público e novos agentes culturais; e c) o estabelecimento e manutenção de um público que se interessa em fazer e discutir teatro. Para tanto, serão disponibilizadas 40 vagas cuja seleção encontra-se discriminada no artigo 5.

Art. 2º - A Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro” compreenderá as seguintes atividades:
·     História do Circo-Teatro;
·     Interpretação circense;
·     Expressão corporal e vocal;
·  Oficinas técnicas de cenografia, figurino, maquiagem, iluminação e música para teatro;
·     Análise e interpretação de textos circenses;
·     Montagem de conclusão de curso. 

II – INSCRIÇÕES E SELEÇÃO


Art. 3º - A Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro” disponibilizará 40 vagas para o ano letivo de 2012. Os interessados devem possuir 16 (dezesseis) anos ou mais, sem a necessidade de experiência em circo ou teatro.

Art. 4º - As inscrições estarão abertas de 16 de Janeiro a 20 de Fevereiro e deverão ser feitas através do blog da Cia. Teatral Um Peixe (http://ciateatralumpeixe.blogspot.com) mediante o preenchimento da Ficha de Inscrição. As fichas preenchidas deverão ser encaminhadas para o email ardalpha@ig.com.br.

Art. 5º - Caso o número de inscritos supere o número de vagas, a seleção dos artistas-aprendizes se dará por meio de sorteio realizado no dia 25 de Fevereiro. A lista de convocação e de suplentes será divulgada no mesmo dia no blog supracitado.  

Art. 6º - A matrícula será efetivada presencialmente no dia 03 de Março, às 8h. O selecionado deverá estar munido de documento oficial com foto (RG, Carteira de Habilitação etc.) e duas fotos 3x4.

Art. 7º - A ausência no dia 03 de Março será entendida como desistência do selecionado e sua vaga será transmitida a um suplente, obedecendo a ordem pré-estabelecida no dia do sorteio.

Art. 8º - A convocação dos suplentes se dará no dia 03 de Março via e-mail. O selecionado deverá comparecer ao Centro Cultural do Jabaquara no dia 10 de Março, às 8h, com os documentos citados no artigo 6º, devidamente trajado para a execução de atividades físicas e de posse dos materiais pedidos nos artigos 14, 17 e 18.

Art. 9º - Não haverá nova convocação após o dia 10 de Março, tendo as vagas sido preenchidas ou não.

Art. 10º - Os selecionados menores de idade deverão entregar, no ato de matrícula, autorização dos pais ou responsáveis autenticada em cartório.

III – REALIZAÇÃO


Art. 11º - Todas as atividades da Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro” serão gratuitas (salvo atividades de campo, como idas ao teatro ou ao circo). É de responsabilidade do aluno a compra e manutenção de materiais para as disciplinas de maquiagem, figurino e cenografia.

Art. 12º - As atividades serão realizadas nas dependências do Centro Cultural Jacob Salvador Zveibil (Centro Cultural do Jabaquara), localizado à Rua Arsênio Tavolieri, 45, Jabaquara, São Paulo/SP, Telefone: (11)5011-2421, sempre aos sábados das 8h às 12h.

Art. 13º - As aulas compreenderão, sempre, preparação vocal e corporal, aulas de história e interpretação, e atividades técnicas (cenografia, iluminação, figurino, maquiagem e música) de acordo com a programação divulgada no início das oficinas.

Art. 14º - Os artistas-aprendizes deverão trajar roupas adequadas para exercícios físicos intensos: short, bermuda, calça de moleton, camiseta, regata. Proibido o uso de calças jeans, vestidos, saias, minissaias e roupas com decotes; Levar um par de chinelos para locomover-se pelo espaço sem a necessidade de ficar calçando o tênis.

Art. 15º - É proibido sair durante os exercícios para ir ao banheiro ou beber água. Sugerimos que cada aluno leve sua própria garrafa de água.

Art. 16° - Todo e qualquer objeto pessoal é de RESPONSABILIDADE do aluno. Evite deixar bolsas, mochilas e demais pertences espalhados pelo local.

Art. 17º - Levar sempre uma toalha e outros itens de higiene pessoal que o artista-aprendiz julgar importantes.

Art. 18º - Levar um caderno, agenda, caderneta ou bloco de anotações, além de lápis, borracha e caneta para anotar conteúdos teóricos, tarefas para casa, indicações de livros, filmes e espetáculos.

Art. 19º - Chegar com quinze minutos de antecedência para ir ao banheiro, se trocar e conversar com os colegas. A oficina começará pontualmente às 8 horas.

 

IV – INFORMAÇÕES


Centro Cultural do Jabaquara: (11)5011-2421 (Almir ou Fátima)
Cia Teatral Um Peixe: (11)9871-4901 (André) e (11)9236-4557 (Carmem)


terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Dossiê "Redescobrindo o Circo-Teatro"

Enquanto as inscrições para a Oficina "Redescobrindo o Circo-Teatro" 2012 não abrem, acompanhe conosco maiores informações sobre o único curso da categoria no Brasil!

O "dossiê" abaixo revelará maiores informações sobre os conteúdos abordados na oficina e os artistas envolvidos:


A COMPANHIA

A Cia. Teatral Um Peixe é um grupo especializado em teatralidade circense. Com aproximadamente seis anos de existência, já realizou três montagens (os espetáculos "A Mansão Veit", "Vamos à Guerra, Filhos da Terra!" e "Eles são Seis Cômicos"), participou de inúmeros festivais de nível estadual (angariando, dessa forma, nove prêmios e quinze indicações), idealizou e organizou as edições 2010 e 2011 da "PIRACEMA - Encontro de Teatro Amador de São Paulo", realizou duas edições da oficina "Redescobrindo o Circo-Teatro" e teve suas ações culturais subsidiadas por dois anos consecutivos pelo Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria de Cultura de São Paulo.


A OFICINA
Artistas-aprendizes 2011 em apresentação de conclusão de curso
Por ser a única no país, a oficina "Redescobrindo o Circo-Teatro" oferece aos artistas-aprendizes uma formação básica completa. Para tanto, são oferecidas diversas disciplinas de caráter teórico e prático no decorrer do ano. São elas:

Anotando conteúdo
História: o foco da pesquisa em Circo-Teatro está nas questões históricas. Entender a partir de que manifestações culturais desenvolveu-se o que hoje chamamos Circo e de que forma o teatro invadiu o picadeiro torna-se fundamental para o ator circense. Para tanto, é preciso estudar a organização política, econômica e cultural de Europa em meados dos séculos XVIII e XIX e do Brasil Colonial. Também é necessário entender que influências teatrais o Circo recebeu em terras brasileiras e que características foram importantes para a consolidação da teatralidade circense.

Exercício de improvisação
Interpretação circense: atuar em palco e atuar em picadeiro ou pavilhão são coisas totalmente distintas. Essa etapa do curso busca desenvolver no artista-aprendiz técnicas essenciais para a interpretação circense, tais quais a criação de personagens arquetípicos, a elaboração de partituras corporais a partir de poses plásticas, o conhecimento de técnicas acrobáticas, a triangulação e o ritmo circense.


Maquiagem de envelhecimento
Figurino e maquiagem: tanto figurino quanto maquiagem, no Circo-Teatro, reforçam o arquétipo de um personagem. Os artistas-aprendizes, então, terão noções de história da caracterização do ator, desde o teatro ritual até o contemporâneo, para entender as influências que o Circo absorveu. Também serão ensinadas técnicas práticas de maquiagem, como a maquiagem branca, preta, envelhecimento etc., e de indumentária.

Maquete baseada em texto
Cenografia: a cenografia circense, assim como a interpretação, difere em muito da teatral. De influência pictográfica, o Circo-Teatro sempre utilizou-se de painéis para a representação de seus espetáculos teatrais. A oficina mostrará aos aprendizes a diferença entre os diversos tipos de cenografia e como elaborar um projeto cenográfico (através de análise de textos, esboços, maquetes e execuções práticas).

Iluminação: a história do Circo está repleta de incidentes envolvendo recursos de iluminação. Com a chegada da eletricidade, muita coisa mudou e as apresentações circenses passaram a agregar os recursos técnicos mais modernos: lasers, fumaça, canhões seguidores. Essa disciplina mostrará aos aprendizes como lidar com alguns equipamentos de iluminação e como projetar um mapa de luz, além de técnicas práticas (desde subir escadas até afinar refletores).

Música: música e Circo sempre tiveram uma relação muito íntima. Alguns pesquisadores dizem que não existe Circo sem música. Boa parte dos Circos brasileiros no início do século XX utilizavam-se de música ao vivo, executada por sua própria banda (influenciada pelas bandas marciais). Tal recurso é utilizado até hoje por alguns circos. Na oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”, os aprendizes aprenderão como funciona a relação da música com o artista circense, praticando a musicalidade (independente de dominarem ou não algum instrumento musical) cênica.


OS ARTISTAS-ORIENTADORES

André Domicciano: Aula de História e Interpretação

Graduado em Letras pela Universidade de São Paulo (onde especializou-se em Jogos de Representação e Linguagens de Imaginário) e formado em Interpretação para Teatro pela Escola de TV e Artes Performáticas Chateaubriand, onde teve seu primeiro contato com Circo-Teatro através do diretor Fernando Neves, da Cia. Os Fofos Encenam. Estudante de teatro desde 1995, participou de mais de 20 montagens (dentre as quais podemos citar “Viúva, porém honesta”, de Nelson Rodrigues; “Arena conta Zumbi”, de Gianfrancesco Guarnieri; e “Cheiro de Café”, de sua própria autoria em conjunto com Kamunjin Tanguelê e Rita Brafer); como diretor, realizou cerca de 10 projetos (onde destacam-se “Pigmaleoa”, de Millôr Fernandes, indicado aos prêmios de melhor figurino e melhor sonoplastia; “A Mansão Veit”, de sua autoria, ganhador de 7 prêmios – dentre os quais, melhor direção e melhor espetáculo – e indicado em outras 5 categorias em Festivais de nível Estadual; e “Eles são Seis Cômicos”, criação coletiva da Cia. Teatral Um Peixe, ganhador de 2 prêmios e indicado em outras 10 categorias – incluindo melhor direção e espetáculo). Ministrou oficinas de teatro entre os anos de 2001 e 2005 na ETEC Guaracy Silveira, em Pinheiros, no município de São Paulo, e de Circo-Teatro em 2007, 2010 e 2011. Dramaturgo, possui textos sendo montados em todo o território nacional, com destaque para as montagens realizadas em Salvador (BA), Mossoró (RN), Vila Velha (ES), Caieiras (SP) e Concórdia (SC). Pesquisador de Circo-Teatro, foi aluno de Alexandre Mate, Mário Bolognesi e Ermínia Silva no Instituto de Artes da UNESP. Cursou oficinas de Melodramas de Picadeiro com Vic Militello, na SP Escola de Teatro. Estudou Maquiagem com Marcelo Denny, Dramaturgia com Sérgio de Carvalho, Crítica Teatral com Ferdinando Martins e Cenografia e Indumentária com Fausto Vianna, na Escola de Comunicação e Artes da USP, tendo seu projeto cenográfico pré-selecionado para representar o Brasil na Quadrienal de Praga, um dos maiores eventos de cenografia do mundo. Participante do projeto “Entre Risos e Lágrimas” do Centro de Memória do Circo, sob coordenação de Verônica Tamaoki e Walter de Sousa Junior.


Carmem Garcia: Coordenação pedagógica e produção

Graduada em Matemática pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e técnica em Administração pela ETEC Guaracy Silveira. Participou de oficinas de interpretação para teatro na ETEC Guaracy Silveira. Atuou em peças como “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!”, “A Mansão Veit” e ”Eles são Seis Cômicos”. Ganhadora do prêmio de Melhor Produção de Espetáculo Infantil no III Festival de Teatro Cidade de São Paulo.


Plínio Garcia: Aula de Cenografia

Graduando em Engenharia de Controle e Automação na Faculdade Politécnica de Jundiaí, técnico em Informática no Colégio SAA e em Comércio de Bens e Serviços no SENAC São Paulo. Ministrou aulas de cenografia nas edições 2010 e 2011 da oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”. Como cenógrafo, projetou e realizou os cenários dos espetáculos “A Mansão Veit” (ganhador do prêmio de melhor cenografia no I Festival de Teatro de Cerquilho), “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!” e “Eles são Seis Cômicos” (indicado ao prêmio de melhor cenografia no VIII Festival de Cenas Curtas de Sumaré e no III Festival de Teatro Cidade de São Paulo).


Luanda Mangeni: Aula de Maquiagem e Figurino

Graduanda em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes. Ministrou aulas de maquiagem e figurino nas edições 2010 e 2011 da oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”. Como figurinista e maquiadora, projetou e realizou os figurinos e maquiagens dos espetáculos “A Mansão Veit” (ganhador do prêmio de melhor figurino no I Festival de Teatro de Cerquilho), “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!” e “Eles são Seis Cômicos” (indicado aos prêmios de melhor figurino e melhor maquiagem no VIII Festival de Cenas Curtas de Sumaré e ao prêmio de melhor figurino no III Festival de Teatro Cidade de São Paulo). Cursou oficinas de Melodramas de Picadeiro com Vic Militello, na SP Escola de Teatro e de Maquiagem com Marcelo Denny, na Escola de Comunicação e Artes da USP. Aluna de Cenografia e Figurino na SP Escola de Teatro.


Gabriel Alex: Aula de Música e preparação vocal

Graduado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e em Interpretação para Teatro pela Escola de TV e Artes Performáticas Chateaubriand. Ministrou aulas de música nas edições 2010 e 2011 da oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”. Como diretor musical, projetou e realizou a trilha sonora dos espetáculos “A Mansão Veit”, “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!” e “Eles são Seis Cômicos” (ganhador do prêmio de melhor sonoplastia no VIII Festival de Cenas Curtas de Sumaré). Participou da oficina “Teatro da Roda Dança”, com Luiz Carlos Laranjeiras, no SESC Pinheiros.


Mateus Alves: Aula de Iluminação

Graduado em Administração de Recursos Humanos pela Universidade Nove de Julho e em Interpretação para Teatro pela Escola de TV e Artes Performáticas Chateaubriand. Estudou Interpretação para Teatro na escola Recriarte. Formado em auxiliar técnico de iluminação cênica pelo Núcleo FORTEC. Ministrou aulas de iluminação na edição 2011 da oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”. Como iluminador, projetou e executou a iluminação do espetáculo “Eles são Seis Cômicos”. Indicado ao prêmio de melhor ator coadjuvante com o espetáculo "A Mansão Veit".


Danilo Gomes: Aula de corpo e técnicas acrobáticas

Palhaço formado pelo Programa de Formação de Palhaços para Jovens dos Doutores da Alegria. Aluno do Núcleo Teatral do SESI Vila Leopoldina, em São Paulo. Estudou acrobacias e técnicas circenses no Clube Escola Jardim São Paulo. Preparador corporal da Cia. Teatral Um Peixe, ministrou aulas de expressão corporal e técnicas acrobáticas na edição 2011 da oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”. Indicado ao prêmio de melhor ator no VIII Festival de Peças Curtas de Sumaré com o espetáculo “Eles são Seis Cômicos”.


Agora, é esperar pelo edital de chamamento para novos artistas-aprendizes. No final do mês traremos maiores informações. Fiquem de olho!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

RETROSPEIXITIVA 2011

Ano novo, vida nova!


Para os Peixes, o melhor seria dizer "ano novo, conquistas novas". 2011 vai ficando para trás e a saudade começa a bater. Antes de mais nada, gostaríamos de desejar (com aquele atraso de sempre...) um FELIZ 2012 a todos os amigos, familiares e companheiros de jornada.

Assim como 2010, o ano de 2011 foi repleto de conquistas. Um ano onde amadurecemos tudo aquilo que idealizamos dois anos atrás. Um ano onde viajamos para diversas cidades do interior do estado, fazendo novos amigos e trazendo muita bagagem nas malas. Agora, com um ano novinho pela frente, é hora de olharmos para trás, pesarmos todas as nossas experiências e extrairmos aquilo que tivemos de melhor. Só assim poderemos levar cada vez mais qualidade para nossas ações.

Essa é a hora da Retrospeixitiva 2011!


Como a maioria das pessoas sabe, nossas ações são divididas em quatro frentes: Pesquisa & Desenvolvimento, Circulação de Espetáculos, Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro” e PIRACEMA – Encontro de Teatro Amador. Tentaremos, então, analisar cada uma delas de acordo com o que foi feito no ano que passou.


1 – PESQUISA & DESENVOLVIMENTO
Pesquisa de poses plásticas na Praça Victor Civita

A bola da vez é o espetáculo “O Monstro de Jackson”, do dramaturgo residente André Domicciano. Trata-se de uma comédia circense que se valerá de uma estética expressionista, além de outros recursos, como manipulação de objetos e ilusionismo. A idéia é fugir do tradicionalismo circense, mostrando que o Circo-Teatro também pode andar de mãos dadas com o que existe de mais contemporâneo no teatro sem, é claro, perder sua essência e suas características formais básicas (fiquem tranqüilos: o telão pintado, a luz das ribaltas, a música ao vivo e as personagens arquetípicas ainda estarão lá). Durante o ano de 2011, os Peixes pretendiam dedicar-se integralmente à montagem. Infelizmente, devido aos muitos festivais dos quais participamos, isso não foi possível. Mesmo assim, muito foi feito pelo espetáculo: praticamente encerramos a montagem do 1º ato e demos passos importantes no trabalho de plasticidade corporal, manipulação e técnica circense. Agora, em 2012, é correr contra o tempo para que, se tudo der certo, consigamos estrear em Julho. Tomara!


2 – CIRCULAÇÃO DE ESPETÁCULOS

Nós não queríamos, mas aconteceu! Em janeiro, durante a reunião de coordenação dos Peixes, ficou combinado que nós não iríamos fazer grandes temporadas. Que faríamos uma ou outra apresentação. Pra quê? Em 2011, somamos nada mais nada menos que onze apresentações (sendo 8 de “Eles são Seis Cômicos” e 3 de “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!”). A título de curiosidade: fazemos oito apresentações por ano quando assumimos temporadas.

Mas não nos arrependemos! Muito pelo contrário! Foram experiências muito enriquecedoras! Vamos a elas:

A – Abertura da Oficina “Redescobrindo o Circo-Teatro”

O primeiro dia da segunda edição de nossa oficina teve como abertura a apresentação dos formandos 2010. Ainda em seu formato original, “Eles são Seis Cômicos” mostrou aos Peixes-aprendizes qual seria o objetivo da oficina. E também mostrou aos formandos 2010 que o espetáculo não morreria no final do curso. Pelo contrário! Que aquilo seria só o começo. E realmente foi!

B – VIII Festival de Peças Curtas de Sumaré 
Peixes indo para a premiação de Sumaré

O festival de Sumaré foi um divisor de águas para os “Seis Cômicos”. Foi o momento em que decidimos realmente investir no espetáculo, reestruturando as cenas, fazendo modificações em cenário, maquiagem e figurino. Também foi um marco na história dos Peixes: a primeira vez em que saímos de São Paulo para participar de um festival de longa duração (foram três dias em que ficamos alojados na cidade, compartilhando momentos muito prazerosos com outros grupos e fazendo muitos amigos). O resultado não poderia ter sido melhor: duas indicações ao prêmio de melhor ator (Danilo Gomes e Rafael Garcia), indicações aos prêmios de melhor cenografia, figurino e maquiagem, e o prêmio de melhor sonoplastia. Se pensarmos que foram quase 30 espetáculos em todo o festival, 5 indicações e um prêmio não é um resultado tão insignificante...

C – Volta ao Teatro Ruth Escobar

Em Julho, um momento que esperávamos há quatro anos: a volta dos Peixes ao Teatro Ruth Escobar. Para quem não sabe, a estréia dos Peixes – com o espetáculo “A Mansão Veit” – se deu justamente no Ruth Escobar. Agora, quatro anos depois, voltamos ao mesmo palco (a sala Gil Vicente) com um trabalho muito mais amadurecido. Em geral, foram três dias em que lotamos o teatro com o espetáculo “Vamos à Guerra, Filhos da Terra!”. Matamos a saudade do teatro (que, apesar dos quatro anos, ainda tem aquele ar de “nossa casa”) e ficamos na torcida para que, em Julho de 2012, voltemos lá com mais um espetáculo.

 D – Intervenção na PIRACEMA

A segunda edição da PIRACEMA (da qual falaremos mais detalhadamente) foi um sucesso. Ao todo, foram quatro dias pelos quais passaram 14 grupos/artistas, somando 29 atrações. Até onde sabemos, é o maior evento voltado ao teatro amador na cidade de São Paulo. E foi o palco para mais uma intervenção dos “Seis Cômicos”. Ali, já se anunciavam novas mudanças. Muita coisa estava por vir...

E – II Festival de Teatro de Cerquilho

De volta ao palco do Teatro Municipal de Cerquilho
Está aí outro teatro que, entra ano, sai ano, continua sendo uma casa para os Peixes. O teatro municipal de Cerquilho, cuja inauguração se deu no fim de 2009, há dois anos nos recebe de braços abertos, com imenso respeito pelo nosso trabalho e carinho por nossos artistas. Já é praticamente uma tradição para os Peixes abrir o festival de Cerquilho, sem falar na sensação de que estamos contribuindo para com a formação de público na cidade. É tão bom fazer algo assim! Em 2011, Cerquilho foi o palco de estréia da nova versão dos “Seis Cômicos”. Totalmente modificado, o espetáculo assumia um aspecto mais infantil. Agora, a peça conta a história de seis cômicos (representados, arquetipicamente, por cores) envolvidos em seus jogos de imaginário. Tudo isso costurado pelas entradas das “caixas de brinquedo” que cada um possui. Foi um excelente teste para um dos grandes desafios que os Peixes enfrentariam em 2011: a primeira participação na categoria infantil de um festival de grande porte!

F – XI Festival de Cenas Curtas de Paranapiacaba

Ir a Paranapiacaba a turismo é fácil. Agora, ir a Paranapiacaba para mostrar um pouco de sua arte é fabuloso. Apesar da chuva, da neblina e das péssimas condições da estrada de terra, levamos as caixas dos “Seis Cômicos” até as dependências do Clube Lyra Serrano para interagir durante um dia inteiro com outros grupos de várias partes do estado. Foi uma ótima oportunidade para rever velhos amigos, além, é claro, de levar um pouco do colorido que já é característico dos Peixes. Só achamos que o festival poderia proporcionar mais momentos de interação entre os grupos. Quem sabe no futuro...

G – III Festival de Teatro Cidade de São Paulo

Sem sombras de dúvida, um dos nossos festivais prediletos (primeiro, porque não precisamos sair de nossa cidade; segundo, porque sempre competimos com amigos muito queridos; terceiro, porque é possível verificar uma evolução na qualidade dos trabalhos dos grupos que sempre participam). Por ser altamente competitivo, o festival nos inspira a levar apenas o melhor de nosso trabalho. Sempre que somos aprovados para o evento, nos sentimos na obrigação de fazer bonito, de dar o sangue. É uma verdadeira inspiração! Quase uma escola. Em 2010, entramos no festival receosos, com a cabeça baixa, com medo de sermos considerados um “grupo menor”, repleto de “artistas amadores”. O resultado: quatro indicações (melhor texto original, melhor atriz coadjuvante, melhor ator e melhor atriz). Agora, um pouco mais seguros e extremamente encorajados pela organização do festival, chegamos não nos considerando menores, mas iguais aos nossos colegas artistas. Dispostos a mostrar o nosso trabalho e a conhecer um pouco o dos outros. Em geral, chegamos com a intenção de trocar experiências e fazer mais amigos, como é de costume. Confesso que, durante o festival, a preocupação foi aumentando: eram muitos espetáculos de qualidade e, cada vez mais, o nosso parecia brincadeira de criança. Aí, me lembrava que o nosso trabalho REALMENTE era uma brincadeira de criança! É disso que os “Seis Cômicos” tratam! E não poderia ter sido melhor: tivemos uma apresentação muito divertida, com as crianças participando em todos os momentos! Muitas reclamaram aos pais quando a peça acabou: não queriam ir embora. Queriam continuar ali, rindo conosco. Esse foi nosso maior prêmio! Mesmo assim, ainda teríamos agradáveis surpresas na noite de premiação: duas indicações técnicas (melhor cenário e figurino), uma indicação para melhor ator (Rafael Garcia) e, as maiores surpresas de todas, o prêmio de melhor produção (Carmem Garcia) e as indicações aos prêmios de melhor direção (André Domicciano) e espetáculo! Realmente, o festival de São Paulo tem sido uma escola para os Peixes. Exige o nosso melhor! E é bom ver que todo o nosso esforço, trabalho e estudo têm sido recompensados!

H – Pipoca Cultural no SESI Vila Leopoldina

Em Outubro tem o dia das crianças. E foi por causa delas que recebemos o inusitado convite do SESI Vila Leopoldina para participar do Pipoca Cultural – um evento repleto de shows, espetáculos teatrais, oficinas e brincadeiras para as crianças. Só por ser um evento para as crianças, nós já toparíamos. Mas, admitamos, quem não quer ser CONVIDADO para apresentar no SESI? Mesmo com a chuva (que acabou cancelando boa parte da programação externa do evento), fomos até lá fazer a alegria da criançada! E que público! Nunca fomos tão bem recebidos. Esperamos que a experiência se repita no futuro!

I – I FESTEX

Encerrando a circulação dos espetáculos em 2011, fomos até o recém-inaugurado Teatro Real, em São Caetano, participar do primeiro Festival de Cenas Extraordinárias. Com um aspecto de sarau, o festival assemelha-se aos muitos festivais de peças curtas dos quais participamos este ano (na verdade, assemelhou-se bastante ao festival de Paranapiacaba). Apesar de sairmos de lá tarde da noite, foi bom poder contribuir com o nosso trabalho para com a inauguração do espaço. E ficam os nossos votos para que essa não seja uma experiência única! Que novas edições do festival ocorram!


3 – OFICINA “REDESCOBRINDO O CIRCO-TEATRO”

O que temos para falar da edição 2011 de nossas oficinas?

Foi simplesmente fantástico! Uma experiência única que, se tudo der certo, conseguiremos repetir em 2012.

Tudo nessa oficina atendeu às nossas expectativas: tivemos um grupo excelente de artistas-aprendizes, conseguimos trabalhar o conteúdo exatamente como gostaríamos, a divisão de disciplinas funcionou perfeitamente e as apresentações no meio e no fim do ano surpreenderam a tudo e a todos!


No geral, saímos dessa experiência extremamente satisfeitos! Em 2010, a oficina, apesar de bem-sucedida e ter gerado bons frutos, teve uma série de falhas (principalmente as relacionadas ao espaço físico em que eram realizadas) que prejudicou o andamento das coisas. Mas, como sempre fazemos, analisamos cada uma das falhas para que elas não se repetissem em 2011. E não é que deu certo? Claro que sempre existem alguns pontos falhos que precisarão ser revistos mas, no geral, deu tudo muito certo!

Agora, é trabalhar para que os bons frutos de 2011 sejam como os de 2010! Como dissemos aos queridos Alevinos (os Peixes-aprendizes) no dia da formatura: isso não é o fim, mas o começo!


4 – PIRACEMA: ENCONTRO DE TEATRO AMADOR

Outra experiência que, em 2011, superou as expectativas!


Sabíamos que a segunda edição da PIRACEMA iria ser bem maior que a primeira, mas não tínhamos dimensão do quanto. Agora, fica a preocupação: se a segunda foi tão grande, como será a terceira???

Questões como espaço e logística serão centrais na organização da terceira edição do único encontro de teatro amador de São Paulo. A proposta continua sendo a mesma: um espaço para a troca de experiências. Então, valorizaremos os momentos em que a interação entre os grupos seja fundamental.

Muitas dúvidas irão surgir: quem serão os novos grupos participantes? Será que o espaço que utilizamos nas duas primeiras edições comportará um evento maior? Que atividades serão mantidas? Etc, etc, etc.

De qualquer forma, não tem como não sair satisfeito com a PIRACEMA 2011. Foi realmente um espaço de troca. Um ambiente favorável ao amadurecimento dos trabalhos, ao aprendizado e em favor do espaço ideológico do artista amador. Enquanto tivermos força, lutaremos para que esse evento seja mantido. E que cresça mais e mais!
 
A família Peixes crescendo cada dia mais
Assim termina 2011. Um ano de aprendizado. De conquistas. De amizades. E cada vez mais percebemos que fazer teatro não é só subir no palco, com uma roupa “bonitinha” e com o texto “decoradinho”. Fazer teatro é estar engajado politicamente (o que não significa que precisamos defender um partido), é ter noção de nossa importância enquanto agentes culturais e históricos. Teatro é amor, mas também é estudo. É alegria, mas também é suor. É diversão, mas também é trabalho. Não é só amando o teatro que conseguiremos o nosso melhor. Só amadureceremos nosso trabalho com estudo e dedicação. Então, olhemos para as nossas conquistas não com a sensação de orgulho, mas com o peso da responsabilidade. Se hoje conseguimos algo, não é porque somos “bons”. É porque lutamos para que desse certo. E amanhã isso será exigido de nós. Amanhã teremos de ser muito melhores do que fomos hoje.


A conquista não é um orgulho. A conquista é uma responsabilidade.



E que venha 2012! Com as dez na mão!