O dia 21 se aproxima e, com ele, o TESTE DE ESSÊNCIA!
Talvez seja o dia mais aguardado do ano, já que é nele que descobriremos o arquétipo de cada um dos alunos.
E já que nesse sábado próximo falaremos apenas de arquétipo circense, decidi fazer um resumão explicativo para que as pessoas que perderam a aula do dia 31 de Abril fiquem por dentro.
Então, vamos aos Arquétipos. Antes de mais nada, é importante lembrar que na encenação circense trabalhamos com dois tipos de arquétipos: os Brancos e os Mascarados. Os Brancos caracterizam-se por possuírem uma veia mais "realista" (coloco entre aspas porque, como já estudamos, o circo NÃO é realista), enquanto os Mascarados são facilmente identificados por seus traços exagerados e levada cômica. Cada tipo de Arquétipo possui cinco essências. As essências brancas: Galã, Ingênua, Cínico, Dama-galã e Galã Central. E as mascaradas: Cômico, Baixo-cômico, Sobrete, Coquete e Caricato. Além dessas 10 principais, temos outras três "menores", cuja ocorrência não é tão recorrente e das quais não falaremos muito. Mesmo assim, vale lembrar: Galãzinho (uma espécie de versão masculina da Ingênua), Ingênua-cínica (uma Ingênua que sofreu muito e decidiu trilhar o caminho "do mal". Todas as maldades que ela faz se justificam por amor) e Galã-bandeja (não se trata exatamente de um arquétipo, mas mais de um tipo. Trata-se de um galã extremamente bonito, de corpo escultural, que era colocado em cenas de multidão ou festa - daí seu nome - para ser chamariz do público feminino).
Focaremos, então, nas 10 essências principais. São elas (todas as fotos são do espetáculo "A Mansão Veit", da Cia. Teatral Um Peixe):
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Thiago Marangoni como Marcos |
Normalmente, é o "mocinho" do espetáculo. Bonito, inteligente e sedutor. Em alguns momentos, cafajeste. Costuma dividir o protagonismo da peça com a Ingênua, com quem, na maioria das vezes, faz par romântico. Em geral, é o "herói" da trama, mas isso não impede que assuma outras funções, como a do Galã-cínico que inicia a intriga querendo algo em benefício próprio mas, no meio da história, conhece e se apaixona pela Ingênua, fazendo com que seus planos se modifiquem.
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Gabrielly Negreti como Ivonete |
Da mesma forma que o Galã, é a protagonista da história, a "mocinha". Bonita, recatada, de ar juvenil (mas nem sempre infantil) e aspecto frágil, costuma ser a vítima predileta dos Cínicos. Com isso, acaba se tornando sempre um dos elementos desencadeadores da Intriga: a Ingênua em perigo faz com que o Galã se ponha em uma missão de resgate.
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Pedro Rodrigues como Marisal |
Fecham o eterno "triângulo amoroso" com o Galã e a Ingênua. Na maioria das vezes, são chantagistas, aproveitadores, mentirosos e vilanescos (às vezes, cartoonizados). Dificilmente apresentam-se de forma pura, como um arquétipo isolado. O mais comum é ver o arquétipo de Cínico associado a outro, como o Galã, a Coquete, a Dama-galã.
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Luanda Mangeni como Olávia Veit |
No passado, eram representadas por atrizes mais velhas ou experientes, fazendo normalmente os papéis maternais (mães, avós) ou de autoridade (rainhas, matronas, sogras etc). Sempre discretas, possuem ar majestoso e respeitável, vestindo-se de maneira impecável, no melhor da moda parisiense. Muitas vezes, são retratadas como autoritárias, assumindo a típica função da megera ditadora.
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Plínio Garcia como Bartolomeu Veit |
Sua nomenclatura nada tem a ver com a figura do Galã. Na verdade, trata-se da versão masculina da Dama-galã (com quem, normalmente, faz par). Também são representados por atores mais velhos ou experientes (no Circo, costumavam ser os donos da companhia) e, geralmente, trabalham em oposição à Dama-galã: se ela é uma megera ditadora, ele é o maridinho acuado; se ela é maternal, ele é o típico patriarca Freyriano etc.
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Mateus Alves como Meneslau |
Como seu nome indica, é o elemento responsável pela comicidade da Intriga. Muitas vezes, era o próprio palhaço do circo, mas isso não significa que um Cômico precise estar vestido como tal (nariz vermelho, roupas largas, sapatos desproporcionais). Nas pequenas comédias circenses, costumava ser o protagonista do espetáculo, dando, inclusive, título à peça (como em "Picolino, o gostosão"). Nas peças mais elaboradas, deixa a posição central e, normalmente, assume a função de criado, armando inúmeros quiproquós na tentativa de prejudicar os patrões e ajudar o par romântico.
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Aelson Lima como Dr. Nakata |
Também chamados de "escadas", os Baixos atuam sempre ao lado de um Cômico, sendo responsáveis pela organização das ideias, preparando o público para o riso (que, na maioria das vezes, é gerado pelo parceiro Cômico). Possuem um nível de organização mental altíssimo, são extremamente perspicazes, limpos e de humor inteligente.
SOBRETE ou SOUBRETTE (no original francês)
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Aline Hernandes como Elisa |
Em geral, são uma versão feminina do Baixo-Cômico. Também possuem alto nível de organização mental, limpeza e humor inteligente. No entanto, costumamos descrevê-las como sendo "mulheres com algum tipo de problema": ou são histéricas, ou são esquecidas, ou são tudo ao mesmo tempo.
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Carmem Garcia como Madame Cassandra |
Um tipo de Sobrete. A diferença está no aspecto altamente sexualizado da Coquete: deve possuir corpo escultural, uma beleza ímpar, voz melodiosa (se souber cantar e dançar, melhor). Nas Intrigas, costuma assumir papel Cínico, investindo no Galã e atentando contra a Ingênua. Normalmente, é representante de mulheres independentes e, em muitos casos, é mostrada como sendo fútil e adúltera.
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Rafael Garcia como Maurício |
É a extrapolação do Cômico. Costuma ser apelativo ao extremo, do tipo que jogaria tortas na cara dos parceiros. Possuem grande aspecto improvisacional e criatividade única, sabendo sentir o público para encaixar uma piada imprevista. Difíceis de controlar, podem tanto jogar o espetáculo na estratosfera, com suas piadas certeiras, como podem destruí-lo sem dó nem piedade, querendo aparecer mais que o necessário.
E estes são os Arquétipos presentes no Circo-Teatro. Sábado é o grande dia! Quem será o quê? Descobriremos em breve, no grande TESTE DE ESSÊNCIA da Oficina "Redescobrindo o Circo-Teatro" 2011!
Até lá!