Mais uma vez a Cia. Teatral Um Peixe esteve presente no Festival de Peças Curtas de Sumaré. Em sua 9ª edição, o evento é conhecido por reunir artistas de todo o Estado em cinco dias de Festival. Neste ano, foram 43 espetáculos de 35 grupos diferentes, representando 21 cidades dos Estados de São Paulo e do Paraná. Assim como em 2011, fomos o único grupo do município de São Paulo. Quanta responsabilidade!
Os Peixes chegaram à cidade pela manhã do segundo dia de Festival. Como sempre, foi uma experiência que agregou conhecimento ao nosso trabalho, além de propiciar a troca de experiências e a criação de vínculos com outros grupos. No geral, foram quatro dias de muita alegria, onde fizemos diversos amigos (e revimos alguns antigos conhecidos). Esse é o jeito Peixe de ser: alegre, simpático e fazendo amigos por onde quer que passe! Esse é o nosso prêmio.
Logo de cara, percebemos que o nível do Festival estava bem superior ao do ano passado. Da mesma forma, o júri era um tanto quanto exigente, pontuando bem os acertos e erros de quem passava pelo palco. É claro que ficamos, ao mesmo tempo, felizes com o nível elevado e preocupados com a visão crítica do júri.
Mas, no fim das contas, deu tudo certo!
Na noite de sexta-feira, a Cia. Teatral Um Peixe subiu ao palco com o espetáculo "Com dois enes", em uma parceria com o professor da ECA/USP, Rafael Rios. O espetáculo trouxe o teatro abaixo e até mesmo os jurados perderam a fala por um momento. Rafael Rios deu - segundo o júri - uma aula de interpretação e tornou-se um verdadeiro símbolo do Festival. Aplaudido de pé em diversos momentos (na apresentação, na chegada ao alojamento, na premiação), Rafa Rios demonstrou a todos a importância da humildade, da simplicidade sem, dessa forma, apagar sua experiência e conhecimento. Foi um amigo e um grande mestre para todos em Sumaré.
No dia seguinte foi a vez de "Viagem ao Fundo da Cartola". Trata-se de um espetáculo novo no repertório dos Peixes, ainda em fase de construção. Nossa intenção, obviamente, não era competir com o espetáculo, mas levá-lo até Sumaré para testá-lo junto ao público e ver a reação da crítica. Ficamos muito felizes ao ver que o público respondeu de forma extremamente positiva (interagindo conosco todo o tempo). Os comentários do corpo de jurados só fortaleceram nossa alegria: elogiaram a inteligência da montagem, os figurinos, a relação com os músicos, a partitura corporal, a direção e a pesquisa de linguagem. Para nós, isso já foi um grande prêmio.
Mas não parou por aí! No dia seguinte, descobrimos que o espetáculo "Viagem ao Fundo da Cartola" tinha ultrapassado o tempo-limite de 25 minutos. Por conta disso, estaríamos desclassificados. Fomos um tanto quanto tristes para a premiação. Felizes com a aceitação do público (no "bolão" do alojamento, todos apostaram em nosso espetáculo como possível vencedor na categoria Melhor Espetáculo Infantil) e do júri, fomos até o teatro de cabeça erguida. Mesmo desclassificados, estávamos felizes com o resultado obtido até então. Só que a noite reservava diversas surpresas!
Primeiro, vieram as menções honrosas: "Viagem ao Fundo da Cartola" recebeu a menção por Pesquisa em Linguagem Cênica Infantil e Rafael Rios por Dedicação ao Teatro. Depois, a surpresa: os Peixes recebem o prêmio de melhor sonoplastia! Isso só poderia significar uma coisa: não estávamos desclassificados! Logo em seguida, vieram o prêmio de melhor maquiagem (ao qual Rafa Rios também concorreu) e a indicação ao prêmio de melhor figurino. Que estava acontecendo? Será que os jurados só tentaram nos pregar uma peça? Mas não...
Quando chegou a categoria Melhor Espetáculo Infantil, ouvimos a plateia chamando nosso nome, torcendo por nós. A leitura dos indicados revelou que nós não estávamos competindo. A plateia volta a se manifestar em nosso favor e a organização do festival se vê obrigada a explicar o que houve: independente da qualidade do espetáculo, as cenas que ultrapassassem o tempo-limite especificado no edital estariam impedidas de competir nas categorias de melhor espetáculo. Ficamos muito felizes com a reação de nossos colegas! Eles estavam mesmo torcendo por nós! Depois, conversando com os jurados, descobrimos que - realmente - nosso espetáculo iria levar o prêmio de Melhor Espetáculo Infantil. Eles até queriam relevar, passar por cima do regulamento, mas não foi possível. De qualquer forma, saímos de lá com a sensação de que éramos vitoriosos! Fomos até Sumaré sem grandes pretensões, querendo apenas testar nosso novo espetáculo, e voltamos com dois troféus debaixo do braço, além do carinho e respeito de diversos artistas que dividiram esses momentos conosco.
Agora, resta a saudade e a esperança de que, em 2013, voltaremos ao Festival de Peças Curtas de Sumaré.
Passe logo, ano!
Passe logo, ano!
Parabéns pelos prêmios! E que no ano que vem traga o prêmio de melhor peça infantil! Continuo na torcida! Bjs
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