quarta-feira, 27 de junho de 2012

XI Festival Curtas de Teatro de Osasco

O ano de 2012, pelo visto, está para Peixe!

O último mês foi extremamente movimentado para a Cia. Teatral Um Peixe: primeiro, vieram as Mostras de Teatro de Quadra e de Barueri. Em seguida, o Festival de Peças Curtas de Sumaré. Agora, vem o Festival Curtas de Teatro de Osasco.

A bola da vez é o mais novo espetáculo curto do grupo: "Viagem ao Fundo da Cartola". De caráter experimental, o espetáculo apresenta uma relação extremamente frágil entre silêncio e barulho. Nele, somos apresentados a dois aprendizes de mágico que, acidentalmente (ou não?), caem em uma cartola. Encarcerados em um mundo mágico, os dois tentam sobreviver utilizando-se de técnicas da comicidade circense. Uma única regra impera: o silêncio deve ser mantido! De fato, este é o espetáculo mudo mais barulhento que já vimos, colocando as personagens em uma corda-bamba o tempo todo. Qualquer deslize e a regra é transgredida.

"Um texto inteligente, uma montagem que lembra outros espetáculos de teatro infantil que se faz por aí. Um bom teatro infantil."
André Luiz Camargo

Essa brincadeira (que faz parte de nossa pesquisa em torno das técnicas de teatralidade circense e das linguagens cênicas infantis), somada aos belos figurinos de Rafael Rios, à cenografia de André Domicciano, à maquiagem de Carmem Garcia e Danilo Gomes, e às músicas do trio Ricardo Schunemann, Gabriel Alex e Lene Duarte, foi responsável pelo belíssimo desempenho dos Peixes no IX Festival de Peças Curtas de Sumaré, tendo recebido os prêmios de melhor sonoplastia e melhor maquiagem, além da indicação ao prêmio de melhor figurino e a menção honrosa de pesquisa em linguagem cênica infantil.

"Vocês me lembram muito o XPTO, de São Paulo. (...) É um trabalho muito primoroso (...) e tem um gostinho de querer mais. (...) Foi bem testado!"
Vera de Andrade

Vale destacar, também, a elogiada proposta de Plínio Garcia e Rafael Garcia, que estrelam o espetáculo ao lado do igualmente elogiado diretor André Domicciano. Em suma, é um espetáculo que resume bem a forma dos Peixes trabalharem: com muito estudo, experimentação e desenvolvimento técnico, estético e de linguagem.  

"Tem aquela estrutura de desenho animado, que eu adoro! (...) O que vocês fazem é muito difícil! (...) Se preocuparam com a partitura corporal, com a partitura musical..."
Carla Trombini

Agora, no dia 28 de Junho, estaremos participando do XI Festival Curtas de Teatro de Osasco (FECT). São cinco espetáculos por dia, de aproximadamente 20 minutos cada, totalizando 23 apresentações. O FECT ocorre no Teatro Municipal de Osasco (Av. dos Autonomistas, 1533 – Vila Campesina - Osasco/SP), a partir das 19h, e os ingressos custam R$3,00. No sábado, ocorre a cerimônia de premiação. Confira a programação completa abaixo e torçam por nós!


Dia 25, segunda-feira

1.Grupo Teatral Lange (Cesário Lange) - “A Espera”
2. Grupo Tablado de Ó Linda (Santana de Parnaíba) - “Um morro e duas cidades num planeta enfermo”
3. Grupo Cliché Oculto (Osasco) - “Vereda da Salvação”
4. Cia. Teatral Estrela (Osasco) - “Um morto muito louco”

Dia 26, terça-feira

1. Grupo Phoenix (Osasco) - “O cientista da porta da frente”
2. Cia. Teatral Porto dos Moinhos (Osasco) - “Hotel Paradise”
3. Grupo Estrela de Osasco del Brasile (Osasco) - “A historia de Antônio Agú - o sonho de um imigrante”
4. Grupo Molierizando (Osasco) - “O preço do Feijão”

Dia 27, quarta-feira

1. Cia. Bambolê (Osasco) - “A semente da verdade”
2. Núcleo experimental Pé D’arte Muciati produções (Osasco) - “Mak’nário”
3. Grupo Prisma de Teatro e Vídeo (Osasco) - “Sinhá, Sinhô e Tião”
4. Grupo Sem Aperreio (Osasco) - “O começo do fim”
5. Grupo A Ordem do Caos (São Paulo) - “Uma consulta”

Dia 28, quinta-feira

1. Grupo STCA Produções (Salto) - “Carlos e Neno”
2. Cia. Teatral Um Peixe (São Paulo) - “Viagem ao fundo da cartola”
3. Epifania Cia. de Teatro (São Paulo) - “Intervenção Iris”
4. Grupo Mais Pra Lá Do Que Pra Cá (Osasco) - “Depois da Meia Noite”
5. Grupo Foco (Osasco) - “Catarse”

Dia 29, sexta-feira

1. Os Bruxos da Corte (Osasco) - “O Circo Voador”
2. Cia. Mascarate de Teatro (Embu Guaçu) - “Solidão a dois”
3. Grupo Teatro Delivery (São Paulo) - “Carola Tamboroviski”
4. Grupo de Pesquisa Teatral Fênix (Osasco) - “Psicose 4.48h”
5- Grupo Só por Deus (Osasco) - “O fabuloso destino de Tião Valente”

Dia 30, sábado
Premiação



Esperamos todos lá! 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Peixes trazem prêmios para São Paulo

Mais uma vez a Cia. Teatral Um Peixe esteve presente no Festival de Peças Curtas de Sumaré. Em sua 9ª edição, o evento é conhecido por reunir artistas de todo o Estado em cinco dias de Festival. Neste ano, foram 43 espetáculos de 35 grupos diferentes, representando 21 cidades dos Estados de São Paulo e do Paraná. Assim como em 2011, fomos o único grupo do município de São Paulo. Quanta responsabilidade!

Os Peixes chegaram à cidade pela manhã do segundo dia de Festival. Como sempre, foi uma experiência que agregou conhecimento ao nosso trabalho, além de propiciar a troca de experiências e a criação de vínculos com outros grupos. No geral, foram quatro dias de muita alegria, onde fizemos diversos amigos (e revimos alguns antigos conhecidos). Esse é o jeito Peixe de ser: alegre, simpático e fazendo amigos por onde quer que passe! Esse é o nosso prêmio.

Logo de cara, percebemos que o nível do Festival estava bem superior ao do ano passado. Da mesma forma, o júri era um tanto quanto exigente, pontuando bem os acertos e erros de quem passava pelo palco. É claro que ficamos, ao mesmo tempo, felizes com o nível elevado e preocupados com a visão crítica do júri.

Mas, no fim das contas, deu tudo certo!

Na noite de sexta-feira, a Cia. Teatral Um Peixe subiu ao palco com o espetáculo "Com dois enes", em uma parceria com o professor da ECA/USP, Rafael Rios. O espetáculo trouxe o teatro abaixo e até mesmo os jurados perderam a fala por um momento. Rafael Rios deu - segundo o júri - uma aula de interpretação e tornou-se um verdadeiro símbolo do Festival. Aplaudido de pé em diversos momentos (na apresentação, na chegada ao alojamento, na premiação), Rafa Rios demonstrou a todos a importância da humildade, da simplicidade sem, dessa forma, apagar sua experiência e conhecimento. Foi um amigo e um grande mestre para todos em Sumaré.

No dia seguinte foi a vez de "Viagem ao Fundo da Cartola". Trata-se de um espetáculo novo no repertório dos Peixes, ainda em fase de construção. Nossa intenção, obviamente, não era competir com o espetáculo, mas levá-lo até Sumaré para testá-lo junto ao público e ver a reação da crítica. Ficamos muito felizes ao ver que o público respondeu de forma extremamente positiva (interagindo conosco todo o tempo). Os comentários do corpo de jurados só fortaleceram nossa alegria: elogiaram a inteligência da montagem, os figurinos, a relação com os músicos, a partitura corporal, a direção e a pesquisa de linguagem. Para nós, isso já foi um grande prêmio. 

Mas não parou por aí! No dia seguinte, descobrimos que o espetáculo "Viagem ao Fundo da Cartola" tinha ultrapassado o tempo-limite de 25 minutos. Por conta disso, estaríamos desclassificados. Fomos um tanto quanto tristes para a premiação. Felizes com a aceitação do público (no "bolão" do alojamento, todos apostaram em nosso espetáculo como possível vencedor na categoria Melhor Espetáculo Infantil) e do júri, fomos até o teatro de cabeça erguida. Mesmo desclassificados, estávamos felizes com o resultado obtido até então. Só que a noite reservava diversas surpresas!

Primeiro, vieram as menções honrosas: "Viagem ao Fundo da Cartola" recebeu a menção por Pesquisa em Linguagem Cênica Infantil e Rafael Rios por Dedicação ao Teatro. Depois, a surpresa: os Peixes recebem o prêmio de melhor sonoplastia! Isso só poderia significar uma coisa: não estávamos desclassificados! Logo em seguida, vieram o prêmio de melhor maquiagem (ao qual Rafa Rios também concorreu) e a indicação ao prêmio de melhor figurino. Que estava acontecendo? Será que os jurados só tentaram nos pregar uma peça? Mas não...

Quando chegou a categoria Melhor Espetáculo Infantil, ouvimos a plateia chamando nosso nome, torcendo por nós. A leitura dos indicados revelou que nós não estávamos competindo. A plateia volta a se manifestar em nosso favor e a organização do festival se vê obrigada a explicar o que houve: independente da qualidade do espetáculo, as cenas que ultrapassassem o tempo-limite especificado no edital estariam impedidas de competir nas categorias de melhor espetáculo. Ficamos muito felizes com a reação de nossos colegas! Eles estavam mesmo torcendo por nós! Depois, conversando com os jurados, descobrimos que - realmente - nosso espetáculo iria levar o prêmio de Melhor Espetáculo Infantil. Eles até queriam relevar, passar por cima do regulamento, mas não foi possível. De qualquer forma, saímos de lá com a sensação de que éramos vitoriosos! Fomos até Sumaré sem grandes pretensões, querendo apenas testar nosso novo espetáculo, e voltamos com dois troféus debaixo do braço, além do carinho e respeito de diversos artistas que dividiram esses momentos conosco.

Agora, resta a saudade e a esperança de que, em 2013, voltaremos ao Festival de Peças Curtas de Sumaré.

Passe logo, ano!