sábado, 2 de janeiro de 2010

FELIZ ANO NOVO!

2009 se encerrou. Um ano rápido, repleto de conquistas, abarrotado de atividades!
Agora chega 2010. O 4º ano de existência dos Peixes. Um ano que promete!

Aproveitando a onda televisiva (com certo atraso, admito), postarei aqui a retrospectiva teatral dos Peixes em 2009!


Em Dezembro de 2008 encerramos as atividades com nosso "tradicional" amigo secreto. Nessa data, reunimos quase todo o grupo - membros velhos e novos - junto com alguns amigos e fizemos uma "festança" (leia "bagunça") na varanda do SESC Pinheiros. Ao mesmo tempo em que dávamos boas-vindas a membros como a Aura (Aura Maximiliano), nos despedíamos de outros, como o Flávio (Flávio Apro).

Após nossas longas férias, voltamos com tudo no final de Janeiro. E tínhamos alguns problemas pela frente. Com a saída de Flávio, precisávamos de alguém para substitui-lo no elenco de "Vamos à Guerra". O mesmo se dava com a personagem Helga...

Em Fevereiro, os reforços chegaram: Aura passou a integrar realmente o grupo (e já foi pegando personagem), Matheus (Matheus Alves) se efetivou no grupo (até então ele só vinha fazendo "participações" no elenco) e "contratamos" o Thithi (Thiago Presser) para reforçar o grupo de músicos. Mas também tivemos uma nova perda: dessa vez foi Covanzi (Rafael Covanzi) que deixou os Peixes (nos forçando, uma vez mais, a procurar um substituto para seu personagem). Como a busca por um novo Chan Ti Lee não foi bem-sucedida, decidimos reeescrever o texto (essa é a vantagem de ser autor dessa bagaça), eliminando o personagem Genjuro. A história perdeu um pouco de quiproquó (na verdade, o melhor quiproquó da peça: o duelo de poemas) e o romance de Homeru e Júlia acabou deslocado, deixando de ser o elemento central da peça. Mesmo com dor no coração, abrimos mão de nosso apego ao texto antigo e nos dedicamos à adaptação. Nossa nova realidade mostrou-se surpreendente: a peça adquiriu muito mais ritmo e, consequentemente, ficou muito mais cômica.

No mês seguinte, tivemos uma "mudança de ares". Os Peixes deixaram de ensaiar nas dependências do SESC Pinheiros (por vários motivos, mas o principal se deve à inconstância de espaço: em um dia tínhamos lugar para trabalhar, no outro não. Tudo dependendo do humor de quem estivesse na coordenação no dia) e voltaram à "sede" original: a ETEC Guaracy Silveira. Explico o porquê da mudança: em Março nós já estávamos com a peça praticamente pronta. Estávamos realizando ensaios gerais, com figurino, maquiagem, todos os intrumentos musicais. Agora imagine levar todos esses trambolhos até o local de ensaio e descobrir que não poderá trabalhar pois não há espaço disponível! Como não podíamos ficar dependendo da boa-vontade dos outros, decidimos apelar para quem sempre nos recebeu de braços abertos. E assim o Guaracy voltou a ser nosso lar.

Em Abril já estávamos com praticamente tudo pronto! Estávamos contando já com a ajuda da figurinista Débora de Souza. Ela e a Luana (Luanda Mangeni) repensaram todos (ou praticamente todos) os figurinos do espetáculo. Fizeram adições importantíssimas que deram nova cara à montagem. E, é claro, a Peixarada foi botar a mão na massa! Fizemos os famosos mutirões de figurino na casa da Débora! O difícil foi levar a estrutura do dragão pra lá! Hehehe. E mais difícil foi o Thithi recuperar o carro dele trancado num estacionamento...

Maio era o momento que todos aguardavam. A hora do "vamos ver". Fizemos um mês inteiro de ensaios gerais e simulações de montagem. NADA poderia dar errado! O "teste supremo" se deu no dia 23 de Maio, onde realizamos um ensaio aberto. Alguns amigos, parentes e colaboradores compareceram à oficina da ETEC Guaracy Silveira e, após a "apresentação" comentaram o desempenho do grupo. Muitos elogios apareceram mas, como somos chatos e achamos que pra elogiar já basta papai e mamãe, imploramos pelas críticas! Hehehe. Claro que o público entendeu e nos deu essa força. Precisávamos saber o que estava errado ainda. Restava UM dia de ensaio antes da estréia e iríamos utilizá-lo para corrigir as últimas falhas. Parte do ensaio aberto pode ser conferido em http://www.youtube.com/watch?v=b34DdXw9TAs

Finalmente tínhamos o espetáculo pronto! Junho foi o mês da temporada de estréia de "Vamos à Guerra, Filhos da Terra!". Como palco, escolhemos o acolhedor Centro Cultural Jabaquara (que já tinha aturado nossa bagunça de 2 dias com "A Mansão Veit" em Junho de 2008). Os 4 dias de apresentação contaram com uma platéia LOTADA! Todo-santo-dia! Disponibilizamos 170 lugares para o público. Nos dois primeiros dias, colocamos 150 pessoas (em cada dia, é claro) pra dentro. O 3º foi menos movimentado, com cerca de 120. Mas no último... 170 cadeiras foi pouco! Lembro de ver o Almir (administrador da casa) aparecer na porta de serviço (que fica nos fundos, ao lado do palco), desesperado, dizendo que tinha MUITA gente e que precisaríamos de mais cadeiras. Atrasamos um pouco a abertura das portas para tentar disponibilizar mais alguns lugares. Resultado: platéia abarrotada! Mesmo com as cadeiras adicionais, tínhamos público de pé! Ótima forma de encerrar uma temporada! O público adorou "Vamos à Guerra". Vale lembrar que esse último dia de apresentação ocorreu logo após o falecimento do Rei do Pop, Michael Jackson. Como não perdoamos nada, prestamos nossa homenagem ao astro: o personagem Raimundo (interpretado por Gabriel Alex), ao fim do 1º Ato, sai de cena executando um perfeito moonwalk, incentivado por gargalhadas e, é claro, muitos aplausos em cena aberta. E não bastava uma vez! O público voltou a aplaudir o espetáculo na brilhante cena protagonizada por Lamparina (Rafael Garcia). A frase "Grosso, eu odeio você!" interpretada de forma espetacular pelo ator foi recebida com muitos risos e aplausos. A cena teve que esperar um bom tempo, até que o público se aquietasse, para continuar. E é claro que não podemos nos esquecer da terceira cena que entrou para a história dos Peixes, também aplaudida (logo no 1º dia!!!): Ameixa (Aline Hernandes) e Medeixa (Gabrielly Negreti) após o roubo do peixe.

A temporada de Junho abriu novas possibilidades para o segundo semestre de 2009. Após o sucesso de "Vamos à Guerra", sugeriu-se uma volta dos Peixes ao CCJ. A peça, é claro, seria aquela que deu início a tudo isso: a premiadíssima "A Mansão Veit". Mas antes, merecíamos férias! E pra isso serviu Julho...

Voltamos em Agosto. E já com milhares de idéias em mente. Primeiro, precisávamos reensaiar a "Mansão". Segundo, já precisávamos preparar o terreno para um novo projeto. E, como é de lei, sempre que enecerramos um projeto, abrimos nossas portas para novos membros. Logo de cara, tivemos o acréscimo de "Jessilaine" (Jéssica Zanquim), que chegou num momento "conturbado". Digamos que não deve ser muito interessante chegar num grupo que está ensaiando uma peça antiga prestes a voltar aos palcos. Mesmo assim, ela apareceu e se fez presente nos ensaios. Tínhamos como missão principal transformar a "Mansão" numa peça que pudesse alcançar o status que "Vamos à Guerra" tinha adquirido. E, sendo assim, acabamos desenvolvendo uma meta para os Peixes: sempre daí pra cima, nunca pra baixo. Com isso queremos dizer que o nível de qualidade máximo atingido por uma peça deve ser utilizado como parâmetro. Nenhuma montagem nossa após o parâmetro pode se mostrar num nível inferior. Sempre daí pra cima. Fácil? Nada... Pra piorar, eu acabei nomeando isso (arbitrariamente...e toscamente! Hehe) de Padrão Peixes de Produção (ou "PPP"). Um nome horrível de ruim, mas que reflete a meta. "A Mansão Veit" seria nossa cobaia, então. Precisávamos alçá-la ao nível de "Vamos à Guerra". Uma tarefa quase impossível já que se trata de duas peças completamente diferentes. "Vamos à Guerra" é ágil, dinâmica, situacional. "A Mansão Veit" é complexa, inteligente, estruturada. Mesmo assim, nos dedicamos desgraçadamente às melhorias e, após um mês de trabalho, estávamos prontos para levar o espetáculo de volta aos palcos. Para complementar, decidimos investir ($$$) em algumas melhorias estéticas. A lei agora era "nada de pegar mobília ou figurino do armário da avó". Tudo seria da peça! Sendo assim, refizemos o cenário e os figurinos. A nova "Mansão" ficou linda!

Setembro foi como Junho: temporada! A "Mansão" voltou de cara nova! Quem tinha assistido a primeira versão não reconheceu a nova. Tudo novo! Cenário novo, figurino novo, músicas novas, cenas refeitas. O que já era bom ficou melhor! A única coisa que estragou um pouco a temporada foi o clima. setembro é aquele típico mês em que faz sol num segundo e, no outro, cai uma tempestade. Sendo assim, acabamos não tendo um retorno tão grande como na temporada de Junho. Mas valeu muito a pena! Foi a melhor temporada da "Mansão" até agora (pelo menos na minha opinião) e, sinceramente, acho que conseguimos atingir a meta: "Vamos à Guerra" e "Mansão Veit" estão equiparáveis em termos de qualidade. Por fim, recebemos o convite do Centro Cultural Arte em Construção para levar um de nossos espetáculos até lá! Claro que iríamos! E dessa vez seria com "Vamos à Guerra"!

Com o fim do ano se aproximando, precisávamos estabelecer alguns objetivos já pro início de 2010. Já com o 3º projeto em mente ("O Monstro de Jackson"), abrimos novamente as portas, recebendo a Mari (Mariana Oliveira) e o Alvinho (Álvaro só-Deus-sabe-o-sobrenome), arredondando nosso número para 20! Em seguida, estabelecemos os temas e grupos para os seminários (explico: todo início de projeto nós pegamos o tema a ser trabalhado no espetáculo e o decompomos em "micro-temas". Cada grupo, então, deve fazer extensa pesquisa sobre esses "micro-temas" e trazê-la para o grupo em forma de seminário). Também começaram a pinicar as idéias para o ano vindouro: sabíamos que tentaríamos novamente o Programa Vai (então já estabelecemos que teríamos que trabalhar para isso, correndo atrás da documentação), concordamos em nos inscrever em todo e qualquer festival de teatro de São Paulo e Paraná, e, por fim, fundamos os núcleos dentro do grupo. Os núcleos são equipes de trabalho que possuem autonomia de produção. Cada núcleo é composto por cerca de 5 ou 6 componentes. Um desses componentes é o coordenador. É ele o responsável por liderar a equipe, organizar o trabalho e ser o canal de comunicação entre núcleo e coordenação geral. Isso torna as coisas mais rápidas, organizadas e descentralizadas. Também ficou acertado que, pelo menos uma vez por mês, os coordenadores iriam se reunir com a coordenação geral, na entitulada "reunião de diretoria". Mas, lembrando que no dia 7 de Novembro nós precisávamos levar "Vamos à Guerra" até Cidade Tiradentes, voltamos aos ensaios da peça!

Novembro começou bem. Começou com "Vamos à Guerra" no Centro Cultural Arte em Construção. Não vou me deter muito aqui pos existe um post falando só sobre o espaço e a apresentação. Vale lembrar que foi uma experiência inesquecível para o grupo. Essa apresentação determinou o fim das temporadas de 2009. Chega de palco nesse ano. Agora os Peixes deveriam focar seus esforços no trabalho de pesquisa e desenvolvimento. Fizemos a apresentação dos seminários para "O Monstro de Jackson" e iniciamos o trabalho em torno do gesto e das poses plásticas - um dos focos do novo projeto. Um trabalho muito bacana e que já tem mostrado resultado. Foi em Novembro que tomamos uma decisão importante: o grupo deixaria de se chamar "Cia. Teatral Coligação Um Peixe" e passaria a se chamar apenas "Cia. Teatral Um Peixe". Nesse período começou-se a trabalhar as idéias do site dos Peixes também. Aguardem!

E, encerrando o ano, Dezembro foi marcado pelo encerramento do trabalho em 2009 e o nosso tradicional amigo secreto (de novo? Não, outra vez! Hehe).

Agora nos chega 2010. O que ele nos reservará?

Projeto Vai? Algum festival? Piracema? Alguma viagem? O novo projeto?

Vamos lutar por tudo isso e mais um pouco. Sempre um passo por vez. Um degrau depois do outro. Nada de afobação. Não há pressa!

Somos um grupo de pesquisa, não um grupo que monta peças! Somos um grupo que FAZ teatro! Então, vamos fazer as coisas DIREITO!


Feliz 2010 para todos!

André Domicciano, coordenador da Cia. Teatral Um Peixe

Quem dera ser um Peixe!